1. Como você começou a desenhar? Foi desde a infância, foi a partir de influência de amigos?
Desde criança! Sempre
gostei de desenhar, esculpir, pintar, encenar, simular programas de rádio
(gravava fitas), entrevistas, e, sobretudo sempre gostei de ler. Além de ser
incentivada por minha mãe na parte dos desenhos, meu pai era dono de uma banca
de jornal e revistas em Salvador - BA, e sempre convivi com este universo de
revistas, jornais, periódicos, história em quadrinhos. Posso dizer que minha
pré alfabetização foi a partir da leitura de gibis.
Eu tinha uma pasta
onde guardava meus desenhos, e ainda pequena fiz minhas próprias revistas (meus
primeiros fanzines, sem saber).
Imagem 1 - Eu com 6 anos em
Salvador com minha prima Michele, exibindo meu desenho
|
Imagem 2 - Uma das minhas primeiras
revistas artesanais montada a partir de recorte de gibis
|
Imagem 3 - Cesto de cartas que trocava com primas e amigas (zineira desde pequena sem saber!) |
Por algum motivo
parei de desenhar e fiquei anos sem fazê-lo. Em 2012 conheci o Ciberpajé Edgar
Franco, artista renomado e professor da Universidade Federal de Goiás, a quem devo
a retomada de meus desenhos, por seu incentivo. No final de 2013 comecei a
fazer alguns rascunhos, e em 2014 surgiu minha primeira criação de personagem,
a índia Sibilante.
Imagem 4 - Desenho
de 2013
Imagem 5 - Primeiros desenhos de Sibilante
Imagem 6 - Primeiros desenhos de Sibilante
Desde então tenho
seguido criando, já ilustrei mais de onze fanzines, tenho minha arte estampada em
ecobags e imãs feitos como itens promocionais do fanzine Sibilante II, e até
ilustração de capa do primeiro livro editorado pela ASPAS (Associação de
Pesquisadores em Arte Sequencial), com a parceria do Ciberpajé Edgar Franco que
coloriu a ilustração!
Imagem 7 - Ilustração que se tornou capa do primeiro livro editorado pela ASPAS editora
Imagem 8 - Capa de livro com minha ilustração e colorido por Edgar Franco
2. Tem pessoas na sua vida real que você costuma representar nos seus quadrinhos?
De certa forma sim, mas não
diretamente. Em relação aos desenhos, por exemplo, costumo utilizar fotografias
como referência, tanto no aspecto da anatomia quanto para elaborar os cenários,
mas procuro transformá-los, ou seja, não reproduzo literalmente uma imagem
utilizada como referência no desenho. Então por mais que haja influência
externa, tudo que eu crio tem características únicas que são criadas durante o
ato criativo. Em relação aos personagens também, tanto nos roteiros quanto nos
traços das personas, trago a influência do que vivencio em minhas experiências
de vida, em histórias, e personalidades que convivo e observo na sociedade.
3. Qual a sua relação com o fanzine? Como você descobriu?
Minha relação com os fanzines veio junto com esta
retomada ao desenho. Eu nem conhecia o que era fanzine, até que o Ciberpajé
Edgar Franco me provocou a criar um com a produção dos desenhos que vinha
desenvolvendo. Como eu estava iniciando a organização do livro “Aforismos do
Ciberpajé”, e na época estávamos elaborando um conceito novo de quadrinhos
chamado HQforismos, tive a ideia de selecionar alguns aforismos de Franco e
desenhar minhas interpretações visuais deles, para compor HQforismos. Então em 2013
lancei meu primeiro fanzine “Abismos do Lobo” no Festival Internacional de
Quadrinhos (FIQ), com tiragem limitada de 50 exemplares numerados, é também considerado
o primeiro fanzine de HQforismos. – Saiba mais sobre este fanzine aqui: http://ciberpaje.blogspot.com.br/2014/06/fanzine-abismos-do-lobo-que-homenageia.html
Imagem 9 - Abismos do Lobo I
Imagem 10 –
Lançamento de Abismos
do Lobo I durante o FIQ, 2013.
Leia os os textos postados em nosso blog sobre o Abismos do Lobo 2!
Post sobre montagem do zine: http://ivsacerdotisa.blogspot.com.br/2015/09/o-fanzine-abismos-do-lobo-chega-sua.html
Post sobre lançamento do zine: http://ivsacerdotisa.blogspot.com.br/2015/09/lancamento-de-abismos-do-lobo-2-no-i.html
Em 2014 surgiu o fanzine “Sibilante Grimoirezine
Poético Filosófico”, 28 páginas com HQs e HQforismos feitos por mim e tiragem
até o momento de 600 cópias. Saiba mais sobre este fanzine aqui: http://ciberpaje.blogspot.com.br/2014/06/lancamento-do-fanzine-sibilante.html
A repercussão deste zine gerou um outro, com 16
páginas, a “Coletânea de resenhas sobre Sibilante” com comentários dos
leitores/as, textos e reportagens sobre Sibilante. Em 2015 lancei BiocienSaúde,
fruto da I Oficina de HQ e fanzine de Biociências e Saúde com alunos de
Graduação em Ciências Biológicas da UNEB, 32 páginas, a ilustração de capa
feita por mim e miolo com HQ criadas pelos alunos com temas diversos ligados a
Biociências e Saúde.
Imagem 11 –
Fanzine
Sibilante Grimoirezine Poético Filosófico e Coletânea de resenhas sobre
Sibilante
Imagem 12 –
Fanzine
BiocienSaúde
Aliando minha paixão por quadrinhos e fanzines à
minha vida acadêmica,- conexão esta que comecei a desenvolver durante a monografia de
especialização em Ensino de Biociências e Saúde em 2012, onde elaborei, junto
com os alunos uma HQ estilo mangá sobre Tuberculose e um folder sobre criação
de quadrinhos-, agora dou continuidade em minha tese de doutorado, ao incluir as oficinas
criativas como parte de minha pesquisa.
Desde esse primeiro trabalho com HQ educativa,
comecei a pensar formas de utilizar essa arte no ensino de ciências.
Entretanto, apesar de perceber o potencial criativo e educacional das oficinas
de quadrinhos e fanzines, assim como Paulo Freire problematiza sobre a
“práxis”, questionei-me: “Como poderia propor a criação de HQ e fanzines se eu
mesma não soubesse,- não apenas na teoria,- mas também na prática, a
fazê-los?”. Me propus a tentar e desde então tenho seguido criando.
Também no primeiro semestre de 2015 lancei o minizine HQcrônicas I, 8 páginas,
formato A6, o zine traz questões do cotidiano discutidas por mais de um viés de
olhar, com reflexões críticas e filosóficas sobre a vida. A temática abordada
neste primeiro número foi “traição”.
Sagrado
Femizine, formato A5, 16 páginas com reflexões poéticas através de textos e
imagens sobre a luminosidade e nigredo feminino e sua conexão com Gaia. Inclusive
estes dois fanzines, o HQcrônicas e Sagrado Femizine tiveram belas resenhas
postadas no blog do projeto IFFANZINE!
Imagem 14 – Fanzine HQcrônicas, BiocienSaúde,
Sagrado Femizine e Uivo 3 (foto enviada por José Loures)
Imagem 15 – Fanzines Equilíbrio Dinâmico I e
II
Em parceria com Edgar Franco lançamos 2 edições de
Equilíbrio Dinâmico, formato A6, 8 páginas com HQforismos sobre o princípio da
Polaridade inspirado no Caibalion.
Mais recentemente lancei Sibilante Grimoirezine Poético
Filosófico II (com tiragem limitada de 93 exemplares numerados, capa
confeccionada artesanalmente costuradas à mão, formato A6, 28 páginas) e Conexões Sibilantes (zine com
participação de diversos artistas, formato A6, 16 páginas,
p&b, costurado à mão). Saiba
mais sobre este fanzine aqui:
http://ciberpaje.blogspot.com.br/2015/05/sibilante-grimoirezine-poetico.html
Imagem 16 –
Sibilante
Grimoirezine Poético Filosófico II
Vale destacar que no VIII Seminário Nacional de Pesquisa em Arte e Cultura Visual na
Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás (FAV/UFG), um ano
depois do lançamento da 1ª edição, levei Sibilante II para promover durante o
evento, onde participei, desta vez, apresentando trabalho sobre o processo
criativo de uma das HQs publicadas em Sibilante I. O título da comunicação oral
foi “Irmãs de Jornada: Sibilante e a busca do Sagrado Feminino”, onde situei conceitualmente
sobre os quadrinhos autorais, os fanzines, o gênero poético filosófico onde
minhas criações se encaixam, falei brevemente sobre o conceito criado por mim e
Edgar Franco, os HQforismos (a união de aforismos e a linguagem quadrinhistica)
e finalmente tratei das inspirações criativas e o método da construção da
narrativa “Irmãs de Jornada” que contou com o roteiro de Franco e ilustrações
minhas.
Imagem 17 – Foto durante comunicação oral no VIII Seminário Nacional de Pesquisa em
Arte e Cultura Visual sobre Sibilante. Fotos de José Loures
Outro ponto pertinente a destacar, foi que
partir das temáticas abordadas em Sibilante, entre elas, a do Sagrado Feminino,
apresentei-me no I evento destinado às mulheres nos quadrinhos, o I Lady´s
Comics, em Belo Horizonte. Saiba mais sobre este evento aqui: http://ciberpaje.blogspot.com.br/2014/10/iv-sacerdotisa-da-aurora-pos-humana.html
Sibilante e meus fanzines circulam em eventos
acadêmicos e não acadêmicos em minhas viagens, e também chegaram por correio a
todas as regiões do país - e a outros 11 países - para pessoas que adquiriram,
e também envios voluntários a fanzinotecas, artistas e educadores/as.
Voltando a falar dos fanzines criados neste ano,
tem o MiniPortfoliozine da IV Sacerdotisa da Aurora Pós-Humana com 32 páginas,
formato A8 com seleção de ilustrações minhas, algumas ainda inéditas,
outras publicadas em zines, HQs, capa de livro, etc. criadas entre 2014 e 2015.
O próximo lançamento será a segunda edição de Abismos do Lobo, com aforismos de
Edgar Franco ilustrados por mim, mantendo a proposta dos HQforismos. Tem outras
novidades, mas por enquanto ficam como surpresa!
Imagem 19 -
MiniPortfoliozine
da IV Sacerdotisa da Aurora Pós-Humana
(o que posso adiantar é que os
próximos lançamentos serão anunciados nas 2as Jornadas Internacionais de
Histórias em Quadrinhos em agosto, e no FIQ - Festival Internacional de
Quadrinhos em novembro deste ano)
4. O que você mais gosta no seu
trabalho?
Sobre meu desenho (sempre
digo que tem diversos estágios de evolução!), às vezes falo que alguns desenhos
são “rudimentares”, sobretudo os primeiros feitos em 2014, mas isso não
significa que estou desmerecendo–os, pelo contrário, eles estão em meus
fanzines e eu tenho orgulho de exibí-los pois são parte de meu processo de
aprendizado. Mas eu sou realista, alguns são belos, outros nem tanto! Lembro-me
do meu orgulho ao mostrar desenhos do meu primeiro fanzine Abismos do Lobo a meus
colegas quando desenhava durante as aulas das disciplinas do doutorado. E hoje
quando vejo esses desenhos é indiscutível meu avanço, como eu disse, não me
envergonho deles, são parte da minha história.
Imagem 21 - Desenho de 2013
Imagem 22 - Desenho de 2015
Imagem 23 – Minha ilustração estampou as pastas do II Entre ASPAS,
Encontro de Pesquisadores em Arte Sequencial, 2015
Assim
como meus desenhos de hoje, que acho ótimos e adoro fazê-los, sei que se eu
continuar (e vou) desenhando, logo olharei para eles e verei as limitações. Mas
o importante não são as limitações e sim as superações, e principalmente o ato
em si de criar, é um transe artístico que considero um “ritual” parte de minha
vida. O que eu gosto em meu trabalho é fazer dele minha vida, criação.
Meu
sonho não é estar nas bancas, submetida aos ditames mercadológicos e editoriais
que castram nossa liberdade criativa e expressiva, meu sonho é chegar até as
pessoas que buscam arte visceral e genuína, é poder criar sempre. Não almejo
lucros. Se ao menos eu conseguir captar os gastos com as despesas (material de
desenho, impressões, xerox e correio) já é o suficiente para me deixar muito
feliz e motivada! Também me realizo participando de fanzines de artistas que me
convidam a ilustrar ou enviar HQ, como a Peibê, Gibiozine, fanzine Quadritos e
até a revista Artlectos e Pós-Humanos 8 de Edgar Franco em que participei com
HQforismo!
Imagem 24 – Eu e a Artlectos e Pós-Humanos 8
Imagem 25 – Eu e o Ciberpajé Edgar Franco durante a
Feira de Publicações independentes no II Entre ASPAS
Eu adoro montar os zines,
manusear guilhotina, grampeadores, ensacar, envelopar, escrever bilhetinhos que
acompanham os envelopes! Amo desenhar, escrever poemas, o tempo passa e eu nem
vejo! Meu maior sonho é poder continuar fazendo isso, sem que eu precise
"tirar do meu bolso" sempre, quero chegar a uma arte ‘auto
sustentável’, em todos os sentidos!
Imagens 28 e 29 - Escrever os textos, desenhar, escolher o papel e
fitas, cortar e colar as capinhas, colar fitinhas douradas na moldura, costurar
as páginas. Mergulhar no mundo dos fanzines é
descobrir a arte que vive em cada um de nós.
Imagens 30 e 31 – Preparação de envio de fanzines e HQs e Ilustrações
minhas estampadas em Ecobags para Sibilante II
Então a possibilidade de poder
criar livremente sem censuras editoriais, disseminar meus pensamentos,
desenhos, poesias através dos fanzines e quadrinhos, e nas oficinas que
ministro em diversas oportunidades e espaços, incentivando as pessoas a criarem
e descobrir sua própria forma de expressão artística, para mim é o mais
importante!
Para finalizar, é importante
dizer que a arte permeia toda minha vida, então incluir os quadrinhos e
fanzines em minha vida acadêmica foi algo natural. Da mesma forma, os frutos
que estão surgindo são puros e genuínos, consequência da minha dedicação e amor
ao que faço. Prova disso são as publicações recentes sobre quadrinhos e zines
em capítulos de livros publicados este ano: o capítulo "Agartha: Processo Criativo de uma HQ
Poético-Filosófica Sobre o Éden Mítico" (Edgar Franco e Danielle Barros)” no
livro “Religiosidades nas Histórias em Quadrinhos”, da ASPAS Editora; os
capítulos “Histórias em Quadrinhos,
Performance e Vida: Da Aurora Pós Humana à “Ciberpajelança” (Edgar Franco e
Danielle Barros) e “Oficina de Histórias
em Quadrinhos em sala de aula: Produção de HQ pelos alunos de uma escola
pública em Rio Branco - Acre” (Danielle Barros), no livro "Arte
Sequencial em Perspectiva Multidisciplinar" (na qual eu ilustrei a arte da
capa, com cores e projeto gráfico do Ciberpajé) da ASPAS Editora; e o capítulo
“BIOCIENSAÚDE - Quadrinhos e Fanzines no
ensino de Ciências e Saúde: História de uma Trajetória e de suas descobertas”,
p. 61-90 (Danielle Barros Silva Fortuna, Tânia Cremonini de Araújo-Jorge e
Paulo Roberto Vasconcellos-Silva), no livro “Quadrinhos e Educação: Vol1:
Relatos de Experiência e Análises de Publicações”, da Editora Faculdade
Guararapes. Além das publicações, eu oriento um projeto “BIOSSEGURANÇA
LABORATORIAL EM QUADRINHOS”, composto com três alunas de graduação em Ciências
Biológicas da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) que tem o objetivo de
elaborar, por meio de processo participativo, manual de Boas Práticas
Laboratoriais (BPL) em formato de História em Quadrinhos.
Imagem 33 - Livro publicados em que participei
Como se não bastasse tantos
capítulos de livros (!), ainda tive a honra de ser co autora com o artista e
prof. Dr. Edgar Franco (UFG), do livro “Processos criativos de Quadrinhos
Poético-filosóficos: a revista Artlectos e Pós-humanos” da Editora Marca de
Fantasia, ligada ao NAMID –
Núcleo de Artes Midiáticas do Programa de Pós-graduação em Comunicação da UFPB.
Então ao começar a fazer o que eu amo, a vida começou a fluir, e tudo converge
para a arte!
Imagem 34 - Livro publicado em que sou co-autora
5. O que te inspira a criar?
O que me inspira a criar é o que me inspira a
viver. É a vida, a morte, o Cosmos, e todos os renascimentos que vivencio
diariamente.
Imagem 35 – Inspiração (foto tirada no Museu de
Ciência e Tecnologia PUC-RS)
6. Uma característica marcante
nas suas HQs?
Minhas criações
tem como personagem principal a índia Sibilante, as
histórias vivenciadas por ela narram sua busca contra a face obscura do ego e
pela transcendência. A problemática que enfatizo em minhas criações diz
respeito ao momento em que vivemos hoje, um mundo regido pela fragmentação dos
processos, das pessoas e relacionamentos e com isso, como consequência, temos a
degradação dos seres, a desconexão com a natureza e da essência do eu interior.
Imagem 36 – Desenho da IV Sacerdotisa
Imagem 37 – Desenhos da IV Sacerdotisa
Essa desconexão tem gerado
sofrimento, guerras e egocentrismo, pois a manifestação da falta de auto amor é
a destruição de si e de outros seres. A meu ver é preciso questionar e reverter
os valores vigentes na sociedade, entretanto isso só é possível a partir de uma
auto revolução. Nesta perspectiva, eu uso a arte como forma de (auto) revolução
e como forma para sensibilizar as pessoas sobre essas questões, na perspectiva
da arte como cura e fonte de sentido à vida.
Imagem 38 – Desenho da IV
Sacerdotisa
Em
suma, a característica marcante em minhas obras é enfatizar a busca de
Sibilante no Caminho do autoconhecimento a partir do confronto entre o eu
imaginado (o ego forjado pela cultura), e o eu essencial (a descoberta do ser
cósmico), e todas as dores e êxtases desse processo. E para tanto, utilizo os
quadrinhos e fanzines como forma de expressão artística e experimentalismo do
gênero Poético Filosófico para retratar essa jornada cósmica.
7.Você considera que tem um
estilo próprio?
Parafraseando
o mestre Edgar Franco, não busco ter um “estilo” próprio, pois existem artistas
que quando conseguem sucesso em determinada “técnica”, traço, ou forma de
expressão, permanece criando da mesma forma e acaba estagnado, deixando de
experimentar novas formas de expressão. Procuro aprender a cada dia e meu traço
tem mudado muito em um curto espaço de tempo. Tenho vontade de pintar aquarela,
usar corel draw, photoshop, aprender esculpir em madeira, e tantas outras
coisas que ainda não sei, e estou sempre buscando ampliar meus conhecimentos e
formas de expressão! Desta forma imagino que não tenha um “estilo”, e confesso
que este não é meu objetivo.
Imagem 40 – Pintura da IV Sacerdotisa em tinta
guache
Imagem 41 – Pinturas da IV Sacerdotisa em tinta
guache
Quem
cria livremente não cria nenhuma limitação técnica ou de nenhuma outra ordem,
cria onde e como for! Quem pode dizer se eu tenho um “estilo próprio” talvez
seja o público... Devolvo a pergunta às leitoras e leitores de minhas criações!
Imagem 42 - IV Sacerdotisa Danielle Barros e
Beralto, o Alberto Sousa durante o II Entre ASPAS, 2015.
Gostaria
de agradecer a toda equipe do projeto IFFANZINE, as bolsistas Kezia Campos, Nathália Campanaro, Sara Gaspar, o
bolsista Raphael Viana, e ao coordenador deste lindo e prolífico projeto, o
grande Beralto, também conhecido como Alberto de Souza! Tenho que dizer que é
sempre uma honra participar deste projeto, contem sempre comigo. Gostaria de
ressaltar que tenho uma fanzinoteca itinerante que levo sempre em minhas
oficinas de quadrinhos e fanzines e divulgo a arte autoral das pessoas que me
enviam suas criações, quem quiser me enviar, retribuo com meus zines (meu
endereço postal consta ao final da entrevista!).
Por fim, parabenizo pelo lindo e sério trabalho que vocês
estão desenvolvendo! Gratidão, IV Sacerdotisa.
Danielle Barros é IV Sacerdotisa da Aurora
Pós-Humana (Universo ficcional mágicko criado pelo artista Edgar Franco, o
Ciberpajé), desenhista, poetisa e fanzineira. Bióloga (UNEB), mestre em
Ciências (ICICT/Fiocruz) e doutoranda em Ensino de Biociências e Saúde
(IOC-Fiocruz) - bolsista CAPES/Plano Brasil sem Miséria. Criou os fanzines
Abismos do Lobo (2013); Sibilante Grimoirezine Poético Filosófico (2014);
HQcrônicas; Sagrado Femizine; BiocieSaúde; Sibilante Grimoirezine Poético
Filosófico II; Conexões Sibilantes e MiniPortfoliozine da IV Sacerdotisa da
Aurora Pós-Humana (2015), entre outros. Co-autora com Edgar Franco do livro
“Processos criativos de Quadrinhos Poético-filosóficos: a revista Artlectos e
Pós-humanos” da Editora Marca de Fantasia (UFPB), 2015.
Contato para
intercâmbio de zines e venda de materiais
Email: danbiologa@gmail.com
Facebook
Endereço Postal:
Danielle
Barros – IV Sacerdotisa
Caixa
Postal 88
A/C
Teixeira de Freitas – BA -Brasil
45985-970
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Olá, vou tecer meus comentários e pontos de vista a respeito dos zines Uivo, Ecos do Todo, Presença Focada e HQcrônicas.
ResponderExcluirEcos do todo, fiquei muito surpresa com sua técnica e o tempo estipulado pelos aforismos e ter feito um trabalho que transcende horizontes, pois os traços estão ligados ao texto. O lado humano vinculado a natureza, os animais, flora e fauna, renovação diária para renascer a cada dia, ligados também ao lado espiritual, mas sem ligações com religiosismos e sim com a essência, sem dogmas sendo cada um deus de si mesmo, de dentro para fora, sem buscas externas. Fora para dentro só a interação com a natureza, o silêncio e introspecção necessários.
HQcrônicas trata de algo bem vinculado ao lado egoísta, mesquinho e superficial do ser humano quando atribuímos a outros as derrotas, erros, mas abandonar gostos, hábitos, pessoas, aptidões em nome de outro alguém é um erro que muitos comentem, porém não se dão conta, amor, harmonia tem sintonia com ser você mesmo, apesar de desagradar alguns, quem muito quer agradar outra pessoa e abre mão de sua vida a tendência é a insatisfação, destruição e frustração futuros, pois relacionamentos tóxicos não estão vinculados com um companheiro, namorado ou marido, mas também amizades, família. É preciso quebrar os grilhões para ser livre para voar e viver.
Presença focada foi minha primeira leitura, porém a mais profunda no sentido humano aliado arte a textos profundos quanto a atitudes instintivas do ser humano, olhar para si mesmo, menciona sobre egoísmo, momentos de solidão necessários, alegrias e tristezas, curas e dores, momentos bons e ruins tão cotidianos e humanos, toca em um ponto muito importante algumas mensagens aliadas aos traços como a diferença gritante entre ter e ser, compartilhar e competir, este trabalho deveria ser obrigatório nas escolas, mas este é um outro assunto.
Uivo, sou muito suspeita ao tratar sobre Edgar Franco, amigo de mais de vinte anos, embora nosso contato pessoal foi uma única vez em São Paulo quando deu uma palestra na UNESP, admiro seu trabalho, textos e traços mostram a podridão do ser humano quando se farta de tragédias, notícias ruins e mal alheio, mas está livre quem ignora tudo isso e segue em frente contra tudo e todos, é um exercício diário, mas válido para uma limpeza interna necessária, viver o hoje, pois o passado já foi e o futuro uma incerteza, porque relembrar se podemos desfrutar do agora.
Esta é meu comentário e considerações.
Beijos e um abraço afetuoso, Monalisa
Nossa Monalisa que lindo comentário, gratidão profunda por cada palavra e pelo tempo que dedicou a nos escrever sobre suas impressões! Vai virar post do blog com certeza!! gratidão!
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